Conheça parte da história da Freguesia do Ó

No dia 29 de agosto a Freguesia do Ó comemora o seu aniversário de fundação. Por ser um dos bairros mais antigos de São Paulo, sua história está intimamente ligada à maior metrópole brasileira. E, por toda esta magnitude, merece ser lembrada todos os anos.

O bairro ainda guarda várias características do século passado como árvores centenárias, construções antigas e o Largo da Matriz, localizado em uma das colinas da Freguesia, onde desde 1901 está a bela Igreja de Nossa Senhora do Ó, palco de festas tradicionais como: a Festa do Divino, o Assentamento da Cruz e a da Nossa Senhora do Ó.

Sua história iniciou-se em 1580 quando o bandeirante português Manoel Preto construiu a sede de sua fazenda próxima as margens do rio Tietê. Da Freguesia do Ó, mais precisamente do Largo Velho da Matriz saíam diversas expedições de bandeirantes rumo ao interior. Com o passar dos anos a Freguesia foi se desenvolvendo, mas sem perder as características de uma tranqüila cidade do interior.

A história do bairro e do distrito de mesmo nome confundem-se. Entre os bairros setentrionais de além-Tietê, a Freguesia do Ó destaca-se por ser um dos mais antigos. Suas origens remontam a diversas propriedades rurais paulistanas.

Foto antiga do bairro e suas casas tradicionais

O Núcleo Original da Freguesia do Ó é um conjunto de endereços na cidade brasileira de São Paulo. Eles fazem parte do entorno dos largos do bairro: Largo da Matriz Nossa Senhora do Ó e Largo da Matriz Velha. Tais lugares são patrimônios históricos, culturais e ambientais da cidade de São Paulo devido ao valor histórico da paisagem urbana paulistana desde o século XIX e o “valor arquitetônico e ambiental de diversas edificações localizadas em torno dos dois largos. Além disso, foi o primeiro núcleo de povoamento à margem direita do rio Tietê, no século XVI, frente ao contexto bandeirantista.

Estes pontos turísticos da Freguesia do Ó, foram reconhecidos pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP, em dezembro de 1992, que definiu os endereços como bens culturais: Largo da Matriz Velha; Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó; Avenida Itaberaba, entre o Largo da Matriz Velha e a Rua Chico de Paulo; Rua Piqueri; Rua João Alves, entre o Largo da Matriz Velha e a Ladeira Velha; Ladeira Velha; Rua da Bica, entre a Rua Anastácio de Souza Pinto e a Avenida Itaberaba; Rua Coronel Tristão, entre a Rua da Bica e o Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó; Rua José de Siqueira, entre a Rua da Bica e o Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó; Rua Anástacio de Souza Pinto, entre a Rua da Bica e a Rua Jesuíno de Brito; Rua Antônio de Sousa Ferreira; Rua Jesuíno de Brito, entre a Rua Antonieta Leitão e o Largo da Matriz Velha; Avenida Paula Ferreira, entre a Rua Jesuíno de Brito e o Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, além da Igreja de Nossa Senhora do Ó.

A denominação de “Freguesia” foi dada ao bairro a partir de um decreto da rainha de Portugal, Dona Maria I, em 15 de setembro de 1796, quando a Vila de São Paulo contava com apenas uma Freguesia – a da Sé. No regime do “Padroado”, ao dividir a Freguesia da Sé em três partes, ficou assim constituida a Vila do São Paulo: Freguesia da Sé, Freguesia da Penha e Freguesia de Nossa Senhora do Ó.

O invocativo Ó faz parte de sete antífonas cantadas durante a novena que é realizada todos os anos, entre os dias 17 e 24 de dezembro, como preparação pa­ra o Natal. Nossa Senhora da Expectação é o título dado a Maria que está na expectativa da chegada do Menino Jesus.

A Igreja diz no vocativo: Ó Sabedoria… Ó Adonai… Ó raiz de Jessé… Ó Chave de Davi… Ó Sol nascente… Ó Rei das Nações… Ó Emanuel…! O mesmo invocativo tornou-se inspiração para a canção “Punk da Periferia”, de Gilberto Gil.

A honraria foi a única que se manteve no nome oficial dentre os bairros paulistanos, e que foi concedida como uma forma de divisão do Episcopado, facilitando assim a vida dos fiéis moradores de bairros longínquos, que não mais precisariam se deslocar por horas para receberem amparo religioso. Os demais bairros, como o Brás, Penha e Santo Amaro, aos poucos deixaram de usá-lo nos nomes, e a Freguesia de Nossa Senhora do Ó passou a ser chamada simplesmente de “Freguesia do Ó”.

Fonte: Revista Rumo Certo

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